RESISTÊNCIA
INVICTA
Não
faltaram incrédulos ou mal intencionados que tentaram pegar os jovens videntes
em contradição, ou fazê-los violar dolosamente o dever de guardar o segredo.
Nas
respostas das crianças transparecia de tal maneira o sobrenatural, que até os
adversários ficavam dominados por um misto de desconcerto e admiração.
Um
caso arquetípico deu-se com o Pe. Dupanloup, líder liberal francês.
Monsenhor Dupanloup
O
eclesiástico posteriormente, como bispo de Orleans, foi um dos chefes da
oposição à proclamação do dogma da infalibilidade papal, durante o Concílio
Vaticano I.
O
Pe. Dupanloup passou alguns dias com Maximino, tentando que o menino lhe
confidenciasse o segredo.
Até
colocou sobre a mesa uma pilha de moedas de ouro – coisa que deslumbrou a
Maximino, pois sendo de família miserável, jamais vira algo assim – e lhes
ofereceu em troca da violação do compromisso com Nossa Senhora.
O
pretexto foi tirar da indigência a ele e sua família.
A
reação de Maximino foi de uma tal integridade, que o Pe. Dupanloup saiu
confundido:
“Eu
senti que a dignidade da criança era maior que a minha”, escreveu ele.
Outro
caso deu-se com o juiz da cidade. Ele interrogou as duas crianças
separadamente.
Ofereceu-lhes
dinheiro para que delatassem o segredo e desmentissem de público o acontecido.
“Guarde
seu dinheiro – respondeu Mélanie –, eu não me retrato em nada e eu não quero
desvendar o meu segredo”.
Então
o juiz ameaçou colocá-la na prisão.
Melánie não temeu ameaça de prisão
“Eu
entrarei na prisão – respondeu Mélanie – mas meu segredo entrará comigo”.
O
juiz então insinuou qualquer coisa que soava como ameaça de morte, e ela
retrucou: “Sr. juiz, não se morre mais de uma vez”.
O
êmulo de Pilatos desistiu da tentativa.
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