O
CALVÁRIO DE MAXIMINO
Maximino, vidente de La Salette
Maximino
entrou no seminário diocesano, onde primou por sua seriedade e piedade.
O
novo bispo de Grenoble, Mons. Ginoulhiac, grande amigo do governo e acérrimo
opositor da Aparição, como condição para ser ordenado impôs-lhe não mais falar
do caso e silenciar o Segredo para sempre.
Maximino
respondeu em carta:
“Se
Sua Excelência Mons. Ginoulhiac tem a intenção de me paralisar antecipadamente,
de não me deixar nem agir, nem falar nem escrever, quando a minha missão de
apóstolo de La Salette tornar-me-ia obrigatório fazê-lo, pense antes de me dar
sua opinião. Tal intenção, presente em meu superior, seria um sinal positivo de
eu não ter vocação. Deus não iria me dar uma vocação sacerdotal diametralmente
oposta à vocação que me vem de Maria: a de difundir em todo lugar e sempre,
segundo as circunstâncias, suas advertências a seu povo”.
O
bispo então expulsou-o do seminário. Maximino procurou estudar e trabalhar em
Paris e Le Havre.
Mas
onde ia, seguia-o uma série de maledicências e hostilidades de origem
anticatólica ou eclesiástica liberal.
Tal
murmuração espalhou ser ele inculto, estúpido, instável, bêbado e dissoluto.
Mons.
Ginoulhiac não hesitou em escrever ao Ministro de Instrução Pública,
anticatólico, acusando o vidente de “dizer um conjunto de mentiras
voluntárias”.
Maximino, em foto de 1861
O
prelado se gabou de tê-lo banido do seminário como “ato de justa severidade”
que o fez “cessar suas fantasias proféticas”.
O
vigário de Saint Germain l’Auxerrois, famosa paróquia de Paris, escreveu um
livreto acusando-o de viver em concubinato com sua mãe adotiva, piedosa mulher
que por sinal, fora dirigida espiritualmente por São Pedro Julião Eymard!
Mensagens pessoais a
políticos e eclesiásticos influentes
Maximino
transmitiu mensagens pessoais para personagens importantes do tempo.
Ao
conde de Chambord, pretendente legitimista à coroa da França, no sentido de
dissuadi-lo de reinar.
Ao
arcebispo de Paris, Mons. Darboy, a quem predisse que morreria fuzilado, como
de fato o foi, pelos revolucionários comunistas da Comuna de Paris.
A
Napoleão III, advertindo-o de sua próxima queda caso abandonasse o Papa, como
acabou acontecendo.
Maximino
alistou-se no corpo dos zuavos pontifícios, regimento de voluntários a serviço
do Papa, mas a vida de caserna não correspondia ao seu ideal.
Em
seus últimos anos de vida foi acolhido por uma família de Paris, até que esta
perdeu a casa na revolução comunista da Comuna de 1871. Ele acabou dormindo ao
relento, tendo, por isso contraído a doença que lhe provocou a morte.
Na
mais extrema indigência, Maximino pediu a Mons. Ginoulhiac um albergue onde
pudesse morrer dignamente.
O
prelado recusou o pedido.
O
bispo, “turiferário do regime”, tinha sido recompensado pelo governo com a Sé
primacial de Lyon.
O
Bem-aventurado Pio IX nunca lhe concedeu a honra do cardinalato, que é
outorgada ex-ofício a todos os arcebispos de Lyon.
Na
miséria, Maximino entregou sua alma a Deus em sua cidade natal de Corps, em 1º
de março de 1875, aos 39 anos de idade.
Deixou
o exemplo de uma vida moral íntegra e uma indomável determinação em fazer a
vontade de Nossa Senhora, acima da vontade dos homens.
Túmulo de Maximino, no Cemitério de Corps
Seu
coração foi depositado na basílica de La Salette, e seu corpo no pequeno
cemitério de Corps, onde jaz atualmente.
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