terça-feira, 19 de novembro de 2013

O calvário de Maximino



O CALVÁRIO DE MAXIMINO



Maximino, vidente de La Salette

Maximino entrou no seminário diocesano, onde primou por sua seriedade e piedade.

O novo bispo de Grenoble, Mons. Ginoulhiac, grande amigo do governo e acérrimo opositor da Aparição, como condição para ser ordenado impôs-lhe não mais falar do caso e silenciar o Segredo para sempre.

Maximino respondeu em carta:

“Se Sua Excelência Mons. Ginoulhiac tem a intenção de me paralisar antecipadamente, de não me deixar nem agir, nem falar nem escrever, quando a minha missão de apóstolo de La Salette tornar-me-ia obrigatório fazê-lo, pense antes de me dar sua opinião. Tal intenção, presente em meu superior, seria um sinal positivo de eu não ter vocação. Deus não iria me dar uma vocação sacerdotal diametralmente oposta à vocação que me vem de Maria: a de difundir em todo lugar e sempre, segundo as circunstâncias, suas advertências a seu povo”.

O bispo então expulsou-o do seminário. Maximino procurou estudar e trabalhar em Paris e Le Havre.

Mas onde ia, seguia-o uma série de maledicências e hostilidades de origem anticatólica ou eclesiástica liberal.

Tal murmuração espalhou ser ele inculto, estúpido, instável, bêbado e dissoluto.

Mons. Ginoulhiac não hesitou em escrever ao Ministro de Instrução Pública, anticatólico, acusando o vidente de “dizer um conjunto de mentiras voluntárias”.



Maximino, em foto de 1861

O prelado se gabou de tê-lo banido do seminário como “ato de justa severidade” que o fez “cessar suas fantasias proféticas”.

O vigário de Saint Germain l’Auxerrois, famosa paróquia de Paris, escreveu um livreto acusando-o de viver em concubinato com sua mãe adotiva, piedosa mulher que por sinal, fora dirigida espiritualmente por São Pedro Julião Eymard!

Mensagens pessoais a políticos e eclesiásticos influentes

Maximino transmitiu mensagens pessoais para personagens importantes do tempo.

Ao conde de Chambord, pretendente legitimista à coroa da França, no sentido de dissuadi-lo de reinar.

Ao arcebispo de Paris, Mons. Darboy, a quem predisse que morreria fuzilado, como de fato o foi, pelos revolucionários comunistas da Comuna de Paris.

A Napoleão III, advertindo-o de sua próxima queda caso abandonasse o Papa, como acabou acontecendo.

Maximino alistou-se no corpo dos zuavos pontifícios, regimento de voluntários a serviço do Papa, mas a vida de caserna não correspondia ao seu ideal.

Em seus últimos anos de vida foi acolhido por uma família de Paris, até que esta perdeu a casa na revolução comunista da Comuna de 1871. Ele acabou dormindo ao relento, tendo, por isso contraído a doença que lhe provocou a morte.

Na mais extrema indigência, Maximino pediu a Mons. Ginoulhiac um albergue onde pudesse morrer dignamente.

O prelado recusou o pedido.

O bispo, “turiferário do regime”, tinha sido recompensado pelo governo com a Sé primacial de Lyon.

O Bem-aventurado Pio IX nunca lhe concedeu a honra do cardinalato, que é outorgada ex-ofício a todos os arcebispos de Lyon.

Na miséria, Maximino entregou sua alma a Deus em sua cidade natal de Corps, em 1º de março de 1875, aos 39 anos de idade.

Deixou o exemplo de uma vida moral íntegra e uma indomável determinação em fazer a vontade de Nossa Senhora, acima da vontade dos homens.



Túmulo de Maximino, no Cemitério de Corps

Seu coração foi depositado na basílica de La Salette, e seu corpo no pequeno cemitério de Corps, onde jaz atualmente.



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