O
CALVÁRIO DE MELÁNIE
Mélanie com 70 anos de idade
Melánie
ingressou nas Irmãs da Providência em Corenc, hoje periferia de Grenoble.
Não
quis fazer-se religiosa de clausura, pois queria ter toda a liberdade para divulgar
o segredo de La Salette.
A
comunidade da Providência ficou edificada com suas virtudes e dons
sobrenaturais.
Melánie
recebera os estigmas quando tinha quatro anos.
E
o Menino Jesus, a quem ela chamava “meu irmãozinho”, aparecia-lhe regularmente
para aconselhá-la.
As
religiosas decidiram aceitar a sua profissão solene.
Mons.
Ginoulhiac, porém, exigia-lhe que silenciasse para sempre a Mensagem de La
Salette e não divulgasse o Segredo quando chegasse a data determinada pela
Virgem Santíssima.
Como
Melánie não aceitasse essa imposição, no dia de sua profissão o bispo a enviou
para visitar a abadia da Grande Chartreuse.
Na
volta, a vidente percebeu que suas companheiras tinham feito os votos e ela
ficara de fora.
Melánie, 1898, Messina/Itália
Mons.
Ginoulhiac aconselhou-a a ingressar no Carmelo de Darlington, na Inglaterra.
Era um exílio, mas Melánie aceitou em espírito de obediência.
Em
Darlington as carmelitas ficaram admiradas pelos dons sobrenaturais incomuns de
Melánie, bem como pelo assédio que sofria por parte do demônio.
Ela fez
os votos com as ressalvas indispensáveis para garantir a divulgação do Segredo.
Melánie
não sabia, mas Mons. Ginoulhiac ordenara ao diretor espiritual dela, sob pena
de interdito, entregar-lhe as cartas da religiosa contendo matéria de
consciência.
Quando se
aproximava a data de 1858, ela sentiu-se numa espécie de cárcere e enviou
cartas às autoridades, até jogando-as por cima do muro da clausura.
O fato
foi muito explorado por seus inimigos, mas o bispo de Exham outorgou-lhe as
devidas licenças e o Papa Pio IX confirmou a saída do claustro.
Voltou à
França, mas nunca encontrou sossego, estando sempre submetida a pressões para
não divulgar a Mensagem.
Em 1858,
como ordenara Nossa Senhora, ela enviou o texto integral do segredo ao
Bem-aventurado Papa Pio IX. Além disso, providenciou sua publicação em Marselha
em 1860.
E em
Lecce (Itália) ele foi publicado com imprimatur do Servo de Deus Mons. Zola, em
1879.
Ameaçada
de excomunhão por um bispo adversário de La Salette, Melánie instalou-se no sul
da Itália, onde alguns bispos a protegeram.
As
incessantes mudanças de diocese, a que foi forçada a fazer, deram pretexto para
maiores difamações.
Dizia-se
que ela era orgulhosa, egocêntrica, masoquista e anti-semita histérica,
giróvaga, mistificadora, amaciada com padres, e que fora surpreendida num
prostíbulo!
Na Itália
Melánie foi co-fundadora das religiosas do Divino Zelo, que tem entre suas
finalidades rezar pela vinda dos Apóstolos dos Últimos Tempos.
Faleceu
em Altamura, província de Bari (Itália), sozinha num quarto, como tinha
predito, na noite de 14 para 15 de dezembro de 1904, com 72 anos de idade.
Os
vizinhos ouviram naquela noite um cântico angélico que ecoava em seu
apartamento.
* * *
Contraditados,
antipatizados, difamados e perseguidos por alguns, mas apreciados, defendidos e
protegidos por pessoas virtuosas e mesmo santas, Melánie e Maximino ficaram
para sempre aos pés de Nossa Senhora, nas inúmeras imagens de La Salette que se
veneram em toda a Terra.
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