MELÁNIE
E MAXIMINO: FIEIS NARRADORES DA VISÃO DE LA SALETTE
Melánie e Maximino fiéis transmissores da mensagem
Nos
anos subsequentes à aparição as duas crianças repetiram infatigavelmente a
mensagem pública de Nossa Senhora aos peregrinos que iam a La Salette.
Aqueles
que os conheceram contaram que eles tinham as reações típicas da idade, mas se
transformavam na hora de falar da aparição.
Dois
meses depois da aparição, já somavam mais de duzentos os eclesiásticos que
tinham interrogado os videntes no próprio local do celeste acontecimento.
A
naturalidade e a humildade dos videntes deixou muito bem impressionados os observadores
prudentes.
O
cônego Rousselot, vigário geral honorário da diocese de Grenoble, foi
encarregado pelo bispo de presidir as investigações oficiais. Ele analisou
longamente a figura e o caráter de Maximino e destacou sua despretensão:
“Numa
palavra, esta criança em nada parece perceber que há dez meses é o objeto da
curiosidade, da solicitude, da atenção, dos afagos de um público numeroso. Ele
nem se põe a questão de ser causa primeira do concurso prodigioso de pessoas
que tem lugar todo dia em La Salette”.
“Só Deus pode dar tal
linguagem às crianças”
O
Pe. Félix Repelin, professor de retórica no seminário menor de Embrun, durante
três horas tentou ver se os pequenos videntes relaxavam e contavam algo do
segredo.
Para
esse efeito ele sugeriu a Melánie que a figura que tinha aparecido fosse talvez
um mau espírito que queria semear a desordem na Igreja.
Melánie
respondeu no ato: “Mas senhor, o demônio não usa uma cruz!”
O
douto eclesiástico insistiu, lembrando que o demônio levou Nosso Senhor sobre o
templo durante a tentação no deserto.
“Não
senhor – respondeu Melánie – o bom Deus não deixaria levar sua cruz desse modo.
Foi pela cruz que Ele salvou o mundo”.
O
Pe. Félix depois escreveu:
“A
segurança desta criança, a profundidade desta resposta, da qual ela talvez não
percebia toda a beleza, me fecharam a boca”.
Videntes de La Salette
Mas
o Pe. Félix voltou à carga, e perguntou:
–
Melánie, teu anjo da guarda sabe teu segredo?
–
Sim senhor.
–
Portanto, tem alguém que o sabe...
–
Mas meu anjo da guarda não pertence ao povo.
–
Mas se os anjos da guarda o sabem, nós acabaremos um dia por sabê-lo também...
–
Então faça que ele lhe conte – respondeu Melánie sorrindo.
O
mesmo sacerdote soube que Maximino ficara muito tocado por uma representação da
Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo; e que nos dias seguintes, três ou quatro
vezes deixou escapar: “Eu vi qualquer coisa de meu segredo”.
O
Pe. Félix relembrou essas palavras a Maximino, que confirmou:
–
Sim senhor, eu disse isso.
–
Então teu segredo se refere à Paixão de Nosso Senhor!
–
Ah! Refere-se a isso ou a outra coisa!
–
Mas deve ter relação com o que você viu...
–
Mas o senhor não sabe o que eu vi antes, durante ou depois!
–
Eu poderia sabê-lo, recolhendo informações das pessoas...
–
Faça o possível.
“Diante
desta resposta precisa e rápida – escreveu o cônego Repelin ao bispo – nós não
soubemos mais o que acrescentar. Nós compreendemos que era impossível reunir
todas as circunstâncias e separar as que poderiam ter relação com qualquer
coisa do seu segredo. Pareceu-nos que só Deus podia dar uma tal linguagem às
crianças”.
No
mesmo sentido depôs o reitor do seminário menor de Grenoble, Pe. Pierre
Chambon, em novembro de 1846:
“Até
o presente, estas pobres crianças têm sido admiravelmente fiéis ao segredo. Nós
temos ficado verdadeiramente impressionados pelos recursos surpreendentes que
eles tiram para se defender quando se os aperta, não obstante sua candura e
simplicidade. Eles fugiram facilmente de todos nossos ardis e de nossas
artimanhas. Foi-nos impossível dar a volta neles”.
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