COMO
ERA NOSSA SENHORA DE LA SALETTE E COMO ERA SEU PRANTO
Plínio
Corrêa de Oliveira
Consideremos
ponto por ponto a descrição de Melánie de Nossa Senhora em La Salette:
“A
Santíssima Virgem era alta e bem proporcionada”.
A
altura é um apanágio da majestade. Tanto é que aos príncipes que não são reis,
se diz Vossa Alteza.
É
evidente que não é altura física. Mas a altura física é uma imagem física da
altura nos outros sentidos.
Portanto,
não era necessário, mas convinha a Nossa Senhora uma altura bem proporcionada.
Porque
a altura bem proporcionada é o contrário da altura esmagadora. É o que torna a
altura acessível é a perfeição de suas proporções.
É
o encaixe de várias coisas pequenas nEla, com graça e harmonia, que tornam essa
altura variegada. É uma unidade na variedade.
Então,
essa perfeição das proporções dEla.
Depois,
Melánie continua:
Realmente,
um ente inteiramente espiritual, no qual o corpo era apenas uma dependência
dominada pelo espírito; e não sujeita, portanto à lei da gravidade e à atração
de terra. O sobrenatural nEla estava na sua plenitude.
E
ainda:
“Ela
impunha um temor respeitoso, ao mesmo tempo que Sua majestade impunha respeito
entremeado de amor.
Então,
era um respeito que, de um lado incutia temor e, do outro lado, incutia amor.
É
propriamente a imagem da majestade verdadeira. É uma majestade que mete um
temor reverencial, quer dizer, um temor feito não do medo da chibata, que
acessoriamente pode entrar, mas é feito daquele medo de desgostar um tão alto
ser e, por outro lado, um amor que Ela incutia pelo fato de ser quem era.
Isso
está esplendidamente expresso.
“Ela
atraía.
Realmente,
a verdadeira majestade atrai. A verdadeira majestade não repele.
Quando
a gente vê uma majestade que repele é uma falsa majestade. Por exemplo,
Napoleão tinha uma majestade que repelia. Era porque não tinha nada de
majestade autêntica. A verdadeira majestade atrai, não repele.
“Ao seu
redor, como em sua pessoa, tudo respirava majestade, esplendor, magnificência
de uma rainha incomparável.
O
que havia em torno dEla? Um campinho ordinário, com umas ervinhas, mas Ela
entrava e tudo se transformava num palácio. Por quê?
Porque
a Escritura diz: “gloria ab intus”: toda glória da filha do rei – que é Nossa
Senhora – lhe vem de dentro dEla, e Ela comunica essa glória a tudo quanto está
em torno dEla.
“Ela
parecia bela, clara
É
a claridade luminosa, sobrenatural.
“Imaculada,
cristalina, celeste.
A
ideia de cristalino firmar a pureza e o que havia de diáfano dentro dEla; algo
da nobreza dos cristais
“Parecia-me
também como boa Mãe, cheia de bondade, amabilidade, amor conosco, compaixão e
misericórdia.
É
por isso que São Bernardo constituindo a Salve Rainha pôs esse paradoxo logo no
começo “Salve Rainha”; logo depois, “Mãe de Misericórdia, vida, doçura,
esperança nossa”. Sumamente Rainha, sumamente Mãe e Mãe de suma misericórdia.
Essa
justaposição nos dá bem a ideia da majestade perfeita.
Depois
Melánie passa a falar das lágrimas. Nossa Senhora chorava.
Melánie Calvat, vidente de La Salette
Mas
há dois modos de chorar: há um modo de chorar cheio de fraqueza e há um modo de
chorar cheio de sobranceria.
A
gente chora quando está abaixo da dor mas pode chorar também quando está acima
da dor. Vamos ver como é o pranto de Nossa Senhora.
“A
Santa Virgem chorava durante quase todo o tempo em que me falou. Suas lágrimas
corriam uma a uma lentamente, até seus joelhos.
Eram
lágrimas que corriam lentamente indicando o domínio. Nada de descabelado, nada
de convulsivo.
Eram
lágrimas como de uma rainha cheia de uma tristeza nobre e serena.
Elas
se sucedem umas às outras, chegam até o joelho para indicar o impulso com que
elas são choradas.
Como
para indicar que assim como a lágrima lhe corre quase ao longo de todo o corpo,
esta dor inunda toda a alma. É um símbolo belíssimo que há nisso.
Depois
acrescenta:
“Depois,
como fagulhas de luz, elas desapareciam.
Como
é que podia acontecer com as lágrimas de Nossa Senhora?
Cair
na terra?
Ficar
formando um bolinho misturando com terra ou prosaicamente empapar o vestido
dela?
A
gente pode compreender uma rainha com os hábitos úmidos e pesados de lágrimas?
Não.
Então,
esse desaparecer como faíscas é uma beleza. A lágrima que no último momento
brilha, dá uma luz e é recolhida pelo Padre Eterno nos seus esplendores.
É
uma solução lindíssima para um problema que facilmente poderia se tornar
prosaico.
“Eram
brilhantes e cheias de amor.
Também
as lágrimas de uma tal rainha deviam ser luminosas. Não podiam ser lágrimas
opacas. Não podia ser.
Lágrima
d’Aquela que é toda pura, só pode ser lágrima cristalina. A gente compreende
que um certo brilho possa significar especialmente o amor. Há um mundo de tato
em todas essas formulações. Tudo é bem pensado.
“Eu
quisera consolá-La e que Ela não chorasse, mas parecia-me que precisava mostrar
suas lágrimas para melhor mostrar seu amor esquecido pelos homens.
“As
lágrimas de nossa terna mãe, longe de enfraquecer seu ar de majestade de rainha
e senhora, pareciam, ao contrário, embelezá-La.
A
verdadeira rainha é tal que ela tem uma beleza quando ela está alegre, outra
beleza quando ela está triste, outra beleza quando ela está despreocupada. Em
tudo são belezas especiais.
Em
Nossa Senhora as lágrimas davam uma beleza inconfundível, que é a beleza da dor
da rainha.
“Pareciam,
ao contrário, embelezá-la, torná-la mais digna de amor - amável aí quer dizer
mais digna de amor - mais radiante.
Radiante
no sentido de irradiante.
Comentários de Plinio Corrêa de Oliveira, 19/09/66.
Fonte:
A Aparição de La Salette e suas Profecias:
http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/.
Nenhum comentário:
Postar um comentário