sábado, 23 de novembro de 2013

Maximino e Melânie eram irmãos? Primos? Como se conheceram?

MAXIMINO E MELÂNIE ERAM IRMÃOS? PRIMOS? COMO SE CONHECERAM?


La Salette-Fallavaux é uma pequena aldeia (foto) nos contrafortes dos Alpes, na diocese de Grenoble (França). Sua pacata igreja, rodeada por um certo número de casas, lembra o fato de Nosso Senhor ter chamado a atenção para a galinha que protege os pintainhos sob suas asas.

Um pouco acima na montanha há outra aldeia, menor que a anterior. Seu nome é Les Ablandens e depende de La Salette.

Panorama austero e grandioso deslumbra pela beleza. Os Alpes rodeiam o vale. Suas partes mais altas cobrem-se de neve no inverno e brilham iluminadas pelo sol.

Na parte inferior das montanhas a neve se derrete na primavera, aparecendo novamente os prados naturais. Os habitantes de La Salette há muito tempo levam os seus rebanhos para ali pastar. E contratam servidores para vigiar o gado.

Foi esta a razão pela qual Melânie Calvat, de 14 anos, e Maximino Giraud, de 11, subiram o morro de La Salette, conhecido como Sous-les-Baises, no dia 19 de setembro de 1846.

Os dois não eram de La Salette. Suas famílias moravam em Corps, pequena cidade localizada na parte mais quente e acessível do vale. Os lares de ambos eram pobres. A casinha de pedra onde nasceu e viveu Melânie ainda está em pé e pode ser visitada. Sua pobreza é acentuada pelo fato de não ter sido restaurada. Um pouco melhor é a casa de pedra da família de Maximino, hoje transformada em loja.
  

Casa de Melânie

Os dois jovens precisavam trabalhar para ajudar as famílias. Por isso puseram-se a serviço de dois proprietários de gado na condição de pastores. Melânie cuidava do gado de Baptiste Pra, agricultor de Les Ablandens. E Maximino tocava as vacas de Pierre Selme, da mesma aldeia. O trabalho não era difícil e adequado à idade dos dois. Na época da aparição havia cerca de 40 pastores trabalhando em condições análogas nas montanhas vizinhas.


Primeiro encontro entre Melânie e Maximino

Melânie e Maximino não se conheciam. Ela ficava ocupada em afazeres domésticos ou em encargos que recebia da mãe. Maximino brincava com os meninos da mesma idade. Em 18 de setembro de 1846, véspera da aparição, repararam um no outro pela primeira vez. Estava nos planos divinos que os dois testemunhassem juntos a aparição de Nossa Senhora em La Salette e fossem instrumentos privilegiados da difusão da mensagem que Ela havia de revelar.

Quando Melânie subia o morro, percebeu um menino que se aproximava dela. Era Maximino.

– “Menina, eu vou com você, também sou de Corps”.

Num primeiro momento, Melânie não quis aceitar.

– “Não quero ninguém, quero ficar sozinha”, respondeu ela.

Melânie gostava da solidão, do silêncio e da oração. E o menino a iria atrapalhar. Ela costumava ficar sozinha, falando para “as florzinhas do bom Deus”, que cobrem as encostas das montanhas no verão. Era sua forma preferida de rezar, que se prendia a fatos extraordinários acontecidos na sua primeira infância. Mas disto ninguém sabia.

Maximino era vivo e loquaz. Ficou insistindo. Melânie se afastava dele fazendo sinais de que não o queria por perto.

Maximino a seguia de longe. Quando ela se punha a falar com “as florzinhas do bom Deus”, ele se aproximava para ouvir. E insistia:

– “Me leve com você. Serei bem comportado. Meu patrão me disse cuidar as vacas junto com as de você. Também sou de Corps”.

Quando acrescentou que iria ficar sozinho e se entediar muito, Melânie teve pena.

Ela acabou arrancando de Maximino a promessa de guardar silêncio e não perturbá-la na sua contemplação. Maximino garantiu e não se afastou mais dela. Mas, como criança, logo esqueceu a promessa e se pôs a perguntar o que ela falava às flores. E pediu com insistência que Melânie lhe ensinasse um jogo.

Por fim ouviram o sino da igrejinha de La Salette, que chamava a rezar o Angelus. Ela fez sinal a Maximino para tirar o chapéu e rezaram. Depois ofereceu um pão ao menino e inventou um jogo para ele. A jornada terminou calmamente.


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/




Maximino e o "Licor de La Salette"

MAXIMINO E O “LICOR DE LA SALETTE”
  

Maximino contempla Nossa Senhora subindo aos Céus

O Prof. Francisco Castro enviou-nos há tempo um pedido, enquanto dávamos cursos na Europa.

Pedindo sua compreensão pelo atraso na resposta, aqui vai ela.

Do Prof.: Francisco Castro:
PAX!
Li o seu livro sobre as Aparições de Nossa Senhora em La Salette. Antes já havia lido um texto sobre as mesmas e fiquei intrigado com o que escreveram sobre Maximino, um dos videntes.
Seu livro afirma que foram calúnias mas um texto diz que ele quis vender um vinho com o nome Salette.
Afinal ele foi uma pessoa que realmente deu motivos para o difamarem embora tenham aumentado?
Creio que as aparições de La Salette foi uma das únicas em que nossa Senhora se referiu às faltas do clero. Como são atuais a descrição que ela faz dos padres. Parecem escritas hoje. Isso deve ter criado dificuldades e suspeitas. Gostaria de esclarecimentos sobre os videntes.

Att. Prof. Francisco Castro.
++Jesus-Maria

De fato, o caso do vinho ‒ ou, melhor, do licor ‒ de La Salette serviu para uma das acusações mais intensamente divulgadas contra Maximino.

Hoje em dia a crítica histórica não aceita mais essas alegações tendo ficado demonstrado que Maximino, angustiado pela miséria e pela doença, caiu numa arapuca de um comerciante inescrupuloso. A sociedade durou pouco e o comerciante desavergonhado desapareceu. Esta posição encontra-se até nas fontes mais modernizadas, como a Wikipedia.

Entretanto, o caso foi mais complicado, e não queremos ficar apenas em fontes pouco autorizadas.

A complicação provém do fato de Maximino não só ter sido logrado pelo comerciante inescrupuloso, mas também pelos padres do Santuário e pelo próprio bispo de Grenoble. Estes professavam uma animada versão visceral em relação aos videntes, malgrado os pastores cumprissem conscienciosamente as obrigações de todo fiel diocesano para com suas autoridades eclesiásticas.

Maximino solicitou autorização deles por escrito. Não recebeu resposta, salvo um recado aprobatório. Como na praxe eclesiástica o silêncio equivale a uma aprovação tácita. Maximino entrou no negócio, porém essas autoridades caíram em cima de sua reputação.

Henri Dion, autor de numerosos livros e especialista no caso de La Salette fez, com uma erudição bem superior à nossa, uma cuidadosa reconstituição histórica do fato. Deixo a palavra com ele:

“Os pedidos de ajuda que Maximino enviou aos missionários de La Salette e ao bispo de Grenoble na primavera de 1869 não foram atendidos. Ou, mais bem, as condições que lhe impuseram em troca de alguns subsídios foram duras demais. Ele ficou obrigado a escrever aos Jourdain [N.T.: seus pais adotivos]:

“Os missionários de Nossa Senhora de La Salette, o Pe. Giraud [N.T.: superior desses missionários] o primeiro deles, foram admiráveis em relação a mim e a vós. Eles foram se pôr aos pés de Monsenhor [o bispo diocesano] para lhe suplicar que viesse nos ajudar. Seu coração de bispo foi tão duro e frio quanto o gelo”.

“O encontro, pouco depois, em outubro de 1869, com um certo Alfred Vivier, licorista de Varces, do departamento de Isère, que Maximino não conhecia e que veio lhe propor uma associação, talvez pareceu para ele algo providencial.

“Não há mais necessidade de demonstrar a ninguém que o episódio do comércio do licor não foi mais que um deplorável incidente. Nele, a candura do pastor foi abusada, num combate muito desigual, pelas manobras desonestas de um verdadeiro falsário, sem que Maximino tivesse se comprometido ou mesmo suspeitado um só momento.


Túmulo de Maximino em Corps

“Porém, antes de se lançar nesta nova iniciativa, Maximino teve o escrúpulo de solicitar, enquanto pedia a mesma coisa a seus pais adotivos, a aprovação do bispo de Grenoble e dos Missionários de La Salette. Ele pediu:

“se ele podia em consciência imitar os Cartuxos, os Trapistas, os Beneditinos e outros religiosos que fabricaram e venderam um licor que leva seu nome... Ele recebeu após vários meses de espera um recado dizendo que Mons. Ginhoulhiac e os Missionários de La Salette deixavam-no perfeitamente livre de emprender o que bem achasse, porém com proibição de comparecer nas instituições diocesanas. Tendo esgotado todos seus recursos, desencorajado, vencendo suas mais vivas repugnâncias, ele se associou com um certo Vivier, habilidoso demais para Maximino e que tirou em três anos de sociedade mais proveito do que ele do licor salettino”.

“O pobre Maximino passou muita dificuldade para se sair deste penoso negócio, pois o sócio apropriou-se praticamente de todos os lucros antes de desaparecer com o dinheiro que ficava e todo os pertences da empresa. Quando a sociedade foi dissolvida por decisão da justiça, ele não pôde reclamar nenhuma indenização. Ele não tinha recursos para tocar o processo judiciário e ele quis poupar Vivier da prisão.

Malgrado tivessem dado seu consentimento e malgrado as dificuldades evidentes demais de Maximino, os Missionários de La Salette não hesitaram, no início de 1871, em publicar em seus “Anais” um artigo que causou indignação:

“A respeito de um licor, dito de La Salette, e de folhas de propaganda que se espalham por toda parte relativos a ele, nós devemos declarar mais uma vez que a comunidade dos Missionários de Nossa Senhora de La Salette nada tem a ver com a fabricação desse licor, nem com a comercialização que se faz dele”.

“Um outro artigo, do mesmo estilo, apareceu dezoito meses mais tarde nos “Anais de La Salette” de junho de 1872. A despeito de um protesto forte mas muito mesurado de Maximino, o jornal “Le Temps” publicou uma carta recebida “de uma personalidade ainda mais alta que o Rev. Pe. Superior dos Salettinos”:

“Eu deploro tanto como vós o comércio de licor feito com base na montanha de La Salette. É uma especulação miserável que fere profundamente meu coração cristão e todos meus religiosos partilham minha tristeza. Se vós conheceis um meio de corrigir esse abuso sem ferir a liberdade dos outros, que eu respeito sempre ainda quando me faz mal, fazei-o chegar até nós. E a desordem cessará logo. Não há pacto algum, nem público nem segredo entre meus religiosos e os autores de esta iniciativa comercial”.

(...) “É penoso ter que citar estes documentos que desmascaram uma hostilidade e um encarniçamento tanto mais insuportáveis quanto praticados por aqueles que deveriam ser os primeiros em proteger e ajudar a Maximino. Trata-se de testemunhos esmagadores, mas que permitem apreciar a intensidade e a virulência das provações sofridas pelo pastor, mais dolorosas talvez que a miséria negra que elas trouxeram por acréscimo, porque causadas por uma maldade puramente gratuita.”

(Fonte: Henri Dion, “Maximin Giraud, Berger de La Salette, ou La fidélite dans l’épreuve”, Éditions Résiac, Montsurs, 1988, 290 p., págs.207-209)
  

Loja instalada nos fundos da casa natal de Maximino

Atualmente, na casa natal de Maximino (foto acima) funciona uma destilaria que produz licores, entre os quais o “Salettina”, o “Citronello” italiano e outros, explorando turisticamente o fato de funcionar na casa da pobre família do pastor.

Quando peregrinamos a La Salette em 2008, visitamos o local, mas a casa e a loja estavam fechadas. Conhecedores da cidade apontaram pertencer a um cidadão do qual não faziam precisamente elogios. Na Internet há um site desta loja com propaganda dos licores. Ninguém vê qualquer relação entre o caso do licor de Maximino e essa loja, salvo o comerciante ali instalado com objetivos de propaganda.


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/




O Sonho das Duas Colunas de Dom Bosco e La Salette

O SONHO DAS DUAS COLUNAS DE DOM BOSCO E LA SALETTE
  

O sonho das duas colunas, basílica de Maria Ausiliatrice, Turim

Em 26 de maio de 1862 São João Bosco tinha prometido a seus jovens que lhes narraria algo muito agradável nos últimos dias do mês.

Em 30 de maio, pois, de noite contou-lhes uma parábola ou sonho segundo ele quis denominá-la.

Eis aqui suas palavras:

“Quero-lhes contar um sonho. É certo que o que sonha não raciocina; contudo, eu que contaria a vós até meus pecados se não temesse que saíssem fugindo assustados, ou que caísse a casa, este o vou contar para seu bem espiritual. Este sonho o tive faz alguns dias.

“Figurem-se que estão comigo junto à praia, ou melhor, sobre um escolho isolado, do qual não vêem mais terra que a que têm debaixo dos pés. Em toda aquela vasta superfície líquida via-se uma multidão incontável de naves dispostas em ordem de batalha, cujas proas terminavam em um afiado esporão de ferro em forma de lança que fere e transpassa todo aquilo contra o qual arremete. Estas naves estão armadas de canhões, carregadas de fuzis e de armas de diferentes classes; de material incendiário e também de livros, e dirigem-se contra outra nave muito maior e mais alta, tentando cravar-lhe o esporão, incendiá-la ou ao menos fazer-lhe o maior dano possível.

“A esta majestosa nave, provida de tudo, fazem escolta numerosas navezinhas que dela recebiam as ordens, realizando as oportunas manobras para defender-se da frota inimiga. O vento lhes era adverso e a agitação do mar parece favorecer aos inimigos.

“Em meio da imensidão do mar levantam-se, sobre as ondas, duas robustas colunas, muito altas, pouco distantes a uma da outra. Sobre uma delas está a estátua da Virgem Imaculada, a cujos pés vê-se um amplo cartaz com esta inscrição: Auxilium Christianorum (Auxílio dos Cristãos).

“Sobre a outra coluna, que é muito mais alta e mais grossa, há uma Hóstia de tamanho proporcionado ao pedestal e debaixo dela outro cartaz com estas palavras: Salus credentium (Salvação dos crentes).
  

Detalhe do quadro do sonho, Maria Ausiliatrice

“O comandante supremo da nave maior, que é o Romano Pontífice, ao perceber o furor dos inimigos e a situação difícil em que se encontram seus fieis, pensa em convocar a seu redor aos pilotos das naves ajudantes para celebrar conselho e decidir a conduta a seguir. Todos os pilotos sobem à nave capitaneada e congregam-se ao redor do Papa. Celebram conselho; mas ao ver que o vento aumenta cada vez mais e que a tempestade é cada vez mais violenta, são enviados a tomar novamente o mando de suas respectivas naves.

“Restabelecida por um momento a calma, O Papa reúne pela segunda vez aos pilotos, enquanto a nave capitã continua seu curso; mas a borrasca torna-se novamente espantosa.

“O Pontífice empunha o leme e todos seus esforços vão encaminhados a dirigir a nave para o espaço existente entre aquelas duas colunas, de cuja parte superior pendem numerosas âncoras e grosas argolas unidas a robustas cadeias.

“As naves inimigas dispõem-se todas a assaltá-la, fazendo o possível por deter sua marcha e por afundá-la. Umas com os escritos, outras com os livros, outras com materiais incendiários dos que contam em grande abundância, materiais que tentam arrojar a bordo; outras com os canhões, com os fuzis, com os esporões: o combate torna-se cada vez mais encarniçado.

“As proas inimigas chocam-se contra ela violentamente, mas seus esforços e seu ímpeto resultam inúteis. Em vão reatam o ataque e gastam energias e munições: a gigantesca nave prossegue segura e serena seu caminho.

“Às vezes acontece que por efeito dos ataques de que lhe são objeto, mostra em seus flancos uma larga e profunda fenda; mas logo que produzido o dano, sopra um vento suave das duas colunas e as vias de água fecham-se e as fendas desaparecem.

“Disparam enquanto isso os canhões dos assaltantes, e ao fazê-lo arrebentam, rompem-se os fuzis, o mesmo que as demais armas e esporões. Muitas naves destroem-se e afundam no mar.

“Então, os inimigos, acesos de furor começam a lutar empregando a armas curtas, as mãos, os punhos, as injúrias, as blasfêmias, maldições, e assim continua o combate.

“Quando eis aqui que o Papa cai ferido gravemente. Imediatamente os que lhe acompanham vão a ajudar-lhe e o levantam. O Pontífice é ferido uma segunda vez, cai novamente e morre. Um grito de vitória e de alegria ressoa entre os inimigos; sobre as cobertas de suas naves reina um júbilo inexprimível.

“Mas apenas morto o Pontífice, outro ocupa o posto vacante. Os pilotos reunidos o escolheram imediatamente; de sorte que a notícia da morte do Papa chega com o da eleição de seu sucessor. Os inimigos começam a desanimar-se.
  

O novo Pontífice guia a nave até as duas colunas, Maria Ausiliatrice, Turim

“O novo Pontífice, vencendo e superando todos os obstáculos, guia a nave em volta das duas colunas, e ao chegar ao espaço compreendido entre ambas, a amarra com uma cadeia que pende da proa uma âncora da coluna que ostenta a Hóstia; e com outra cadeia que pende da popa a sujeita da parte oposta a outra âncora pendurada da coluna que serve de pedestal à Virgem Imaculada. Então produz-se uma grande confusão.

“Todas as naves que até aquele momento tinham lutado contra a embarcação capitaneada pelo Papa, dão-se à fuga, dispersam-se, chocam entre si e destroem-se mutuamente. Umas ao afundar-se procuram afundar às demais. Outras navezinhas que combateram valorosamente às ordens do Papa, são as primeiras em chegar às colunas onde ficam amarradas.

“Outras naves, que por medo ao combate retiraram-se e que se encontram muito distantes, continuam observando prudentemente os acontecimentos, até que, ao desaparecer nos abismos do mar os restos das naves destruídas, remam rapidamente em volta das duas colunas, e chegando às quais se amarram aos ganchos de ferro pendentes das mesmas e ali permanecem tranqüilas e seguras, em companhia da nave capitã ocupada pelo Papa. No mar reina uma calma absoluta.”

Ao chegar a este ponto do relato, Dom Bosco perguntou a São Miguel Rúa:

— O que pensas desta narração?

São Miguel Rúa respondeu:

— Parece-me que a nave do Papa é a Igreja da qual ele é a Cabeça: as outras naves representam aos homens e o mar ao mundo. Os que defendem à embarcação do Pontífice são os fieis à Santa Sé; os outros, seus inimigos, que com toda sorte de armas tentam aniquilá-la. As duas colunas salvadoras parece-me que são a devoção a Maria Santíssima e ao Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
  

“Preparam-se dias difíceis para a Igreja” (Dom Bosco)

São Miguel Rúa não fez referência ao Papa cansado e morto e São João Bosco nada disse tampouco sobre este particular. Somente acrescentou:

— Hás dito bem. Somente terei que corrigir uma expressão. As naves dos inimigos são as perseguições. Preparam-se dias difíceis para a Igreja. O que até agora aconteceu (na história da Igreja) é quase nada em comparação ao que tem de acontecer. Os inimigos da Igreja estão representados pelas naves que tentam afundar a nave principal e aniquilá-la se pudessem. Só ficam dois meios para salvar-se dentro de tanto desconcerto! Devoção a Maria. Freqüência dos Sacramentos: Comunhão freqüente, empregando todos os recursos para praticá-la nós e para fazê-la praticar a outros sempre e em todo momento. Boa noite!

As conjecturas que fizeram os jovens sobre este sonho foram muitíssimas, especialmente no referente ao Papa; mas Dom Bosco não acrescentou nenhuma outra explicação.

Quarenta e oito anos depois — em 1907 — um antigo aluno, cônego Dom João Maria Bourlot recordava perfeitamente as palavras de Dom Bosco:

“Temos que concluir dizendo que muitos consideraram este sonho como uma verdadeira visão ou profecia, embora (São) João Bosco ao narrá-lo parece que não se propôs outra coisa que, induzir aos jovens a rezar pela Igreja e pelo Sumo Pontífice inculcando-lhes ao mesmo tempo a devoção ao Santíssimo Sacramento e a Maria Santíssima”.


Fonte: PIETRO ZERBINO (a.c. di), I sogni di Don Bosco, Leumann: LDC, 1995/2a ristampa, pp 53-55. Tradução de Os Sonhos de São João Bosco.




São João Bosco e São João Maria Vianney: propagandistas de La Salette

SÃO JOÃO BOSCO E SÃO JOÃO MARIA VIANNEY: PROPAGANDISTAS DE LA SALETTE


São João Bosco

São João Bosco (1815-1888) publicou um livro sobre a aparição de La Salette e seu bom efeito sobre os católicos. Nele escreveu:

“Um fato certo e maravilhoso confirmado por milhares de pessoas que, todas elas, podem certificá-lo ainda hoje, é a aparição da Santa Virgem em 19 de setembro de 1846. Esta Mãe cheia de amor mostrou-se sob a forma de uma bela dama a duas crianças. [...] Ela revelou-se sobre uma montanha da cadeia dos Alpes, [...] pelo bem da França [...] e do mundo inteiro. Fez isso para advertir que a cólera de seu Divino Filho está acesa contra os homens, especialmente por três pecados: a blasfêmia, a profanação do domingo e dos dias de santo de guarda e a transgressão das leis da abstinência.

“Fatos prodigiosos vieram confirmar esta aparição, registrados em documentos públicos ou atestados por pessoas cuja sinceridade e fé excluem toda possibilidade de dúvida sobre o caso. Esses fatos são preciosos para confirmar a adesão dos bons à Religião e para refutar aqueles que, talvez por ignorância, pretendem limitar o poder e a misericórdia de Deus, dizendo que já não é mais tempo de milagres.

“Jesus prometeu que na sua Igreja haveria milagres maiores que os que Ele próprio operou. Ele não limitou o número nem os tempos em que esses milagres seriam praticados, de maneira que, enquanto existir a Igreja, veremos sempre a mão do Senhor manifestando seu poder, através de fatos prodigiosos (...). Mas esses sinais sensíveis da onipotência divina são sempre presságio de fatos graves que manifestam, seja a misericórdia e a bondade de Deus, seja sua justiça e sua indignação. Tudo isso sempre para sua maior glória e para o maior bem das almas.

“Procedamos então de maneira que eles sejam para nós uma fonte de graças e bênçãos, contribuindo a excitar em nós uma fé viva, ativa, que nos leve a fazer o bem e a evitar o mal, a fim de nos tornarmos dignos da infinita misericórdia durante o tempo e na eternidade”.


São João Maria Vianney

O célebre Cura de Ars, São João Maria Vianney (1786-1859), foi ordenado sacerdote na catedral de Grenoble, diocese da maravilhosa aparição. Ele foi acusado pelas maledicências de ser contra La Salette, sofrendo também análogas.

Certa feita Maximino foi-lhe apresentado às pressas, e ocorreu um mal entendido que foi aproveitado contra os dois.

Tendo em vista desfazer essa confusão, Mons. de Bruillard, bispo de Grenoble, enviou carta ao santo sacerdote pedindo que desmentisse as murmurações.

Assim o fez São João Maria Vianney numa resposta onde podemos avaliar toda sua devoção à aparição:

“Ars, 5 de dezembro de 1850
“Monsenhor,
“Tenho uma grande confiança em Nossa Senhora de La Salette. Faço vir água da fonte. Abençôo e distribuo grande quantidade de medalhas e imagens representando esse fato. Distribuo pedacinhos da pedra sobre a qual a Santa Virgem teria sentado.

“Levo um pedaço continuamente comigo e até o fiz colocar num relicário. Falo muito freqüentemente do fato na igreja.

“Parece-me, Monsenhor, que há poucos sacerdotes em vossa diocese que tenham feito tanto quanto eu por La Salette”.


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/




São Pedro Julião Eymard: "me consagrar corpo e alma ao serviço de Nossa Senhora de La Salette"

SÃO PEDRO JULIÃO EYMARD: “ME CONSAGRAR CORPO E ALMA AO SERVIÇO DE NOSSA SENHORA DE LA SALETTE”


O ardoroso apóstolo da adoração eucarística, São Pedro Julião Eymard (1811-1868), nasceu em La Mure, cidade que dista 40 quilômetros de La Salette, e foi ordenado sacerdote pelo mesmo Mons. de Bruillard.

Ele foi testemunha da cura de Marguerita Guillot, que invocara a graça de Nossa Senhora de La Salette. Ingressou na Sociedade de Maria (maristas) e depois fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento, após peregrinar a La Salette.

Ele conhecia Maximino e foi diretor espiritual da mãe adotiva do vidente.

Faleceu em 1º de agosto de 1868, na sua cidade natal. Seu último gesto foi apertar contra o peito uma imagem da aparição.

Ele deixou escrito no livro de visitas do santuário de La Salette:

“Tive a honra de ser o primeiro a proclamar em Lyon o fato milagroso da aparição. E hoje estou feliz por vir beijar com amor e reconhecimento esta terra abençoada, esta montanha da salvação... Se eu não fosse marista, iria pedir a meu bispo, como o favor mais insigne, de me consagrar corpo e alma ao serviço de Nossa Senhora de La Salette”.


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/




Mais almas santas devotas de La Salette

MAIS ALMAS SANTAS DEVOTAS DE LA SALETTE


Leão Papin-Dupont (1797-1876), aristocrata francês conhecido como “o santo homem de Tours”, promoveu na França cruzadas de reparação das blasfêmias. Entre elas figura a construção da basílica que custodia o túmulo do padroeiro do país, São Martinho de Tours.

A antiga basílica fora devastada pelos protestantes, depois a Revolução Francesa a demoliu e fez passar uma rua por cima do túmulo do padroeiro nacional, para garantir que seria esquecido definitivamente.

A Sagrada Congregação para a Causa dos Santos proclamou a heroicidade das virtudes do Venerável Leão Dupont em 21-3-1983. No decreto, a aparição de La Salette figura como um dos acontecimentos que levaram o Venerável Leão Dupont a crescer em virtude e se engajar no apostolado.

Assim que soube da aparição, o venerável instou o pároco de Corps a lhe enviar mais e mais notícias dela. “Nossa misericordiosa mãe – escreveu ele – apresentou-se. Ai de nos! Ela encontrará corações mais duros que a pedra de La Salette. É o que se precisa temer, quando se conhece onde está o século. Mas é necessário estar certo, ao mesmo tempo, de que grande número de almas vai re-encontrar a luz”.

O Venerável Dupont peregrinou a La Salette e voltou tocadíssimo pelo espetáculo de piedade que ali viu. “Tudo isto é positivo – escreveu a um caro amigo -- e dá margem para pensar que, num porvir muito próximo, será dado um grande golpe contra a impiedade”.

Ele promoveu a criação da Arquiconfraria Reparadora da Blasfêmia e da Profanação do Domingo, canonicamente erigida na diocese de Langres. A associação visava especialmente reparar a Santa Face de Nosso Senhor Jesus Cristo ultrajada, e tirava a inspiração em La Salette.

O Beato Pio IX quis se inscrever ele próprio na arquiconfraria, estimulando sua rápida expansão. Ela chegou a existir em 68 dioceses. Toda a família de Santa Teresinha do Menino Jesus ingressou nela.


Mais santos e beatos

São quase incontáveis os santos, beatos e almas virtuosas que peregrinaram a La Salette ou foram seus devotos.

Entre eles podemos mencionar: São Luís Orione (don Orione) (1872-1940); São Leonardo Murialdo (1828-1900); São Daniel Comboni (1831-1881); Santa Madalena Sofia Barat (1776-1865); Santa Maria Eufrásia Pelletier (1796-1868); Santa Emilia de Rodat (1787-1852); Beato Jacobo Cusmano (1834-1888); Beato Antônio Maria Chevrier (1826-1879); Beato Francisco Spinelli (1853-1913); Beato Eduardo José Rosaz (1830-1903).


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/




Como é que se deu a Aparição de La Salette?

COMO É QUE SE DEU A APARIÇÃO DE LA SALETTE?
  


Na manhã do 19 de setembro de 1846 Maximino voltou a acompanhar Melânie. Era um dia bonito, o céu estava sem nuvens e o sol brilhava intensamente. Subiram o morro de La Salette até uma altura de 1.800 metros, sem poderem imaginar o evento sobrenatural que haveriam de testemunhar.

Maximino queria brincar. Ela lhe propôs seu entretenimento preferido: fazer o que ela chamava de paraíso, isto é, uma casinha de pedras toda recoberta de ramalhetes feitos com flores silvestres, que desabrocham naturalmente nas alturas.

Chegando a uma curva do terreno protegida dos ventos, começaram a levantar o paraíso. No local há muita ardósia, pedra que forma placas e se prestava para o brinquedo.

Ali corre um regato chamado Sézia, formado pelo degelo das neves, e que empresta seu nome ao local da aparição. Também surgia uma fonte de água de vez em quando. Os pastores costumavam levar o gado para beber água dessa fonte, mas desde a aparição, ela vem jorrando sem interrupção. Pode-se beber dela e, por causa disso, muita gente tem recebido graças. Até mesmo milagres têm acontecido.

O paraíso tinha um térreo, que seria a habitação, e um sobrado fechado por uma pedra mais larga. Eles colheram maços de flores, fizeram coroas floridas e as distribuíram sobre o paraíso. Após muito trabalho nessa construção, o paraíso ficou pronto e todo florido.

Os dois admiraram a obra, mas sentiram sono. Afastaram-se um pouco, deitaram na relva e dormiram.


Uma luz mais brilhante que o sol

Maximino contou o que em seguida aconteceu:

“Nossas vacas beberam e se dispersaram. Fatigado, me deitei sobre a grama e dormi. Alguns instantes depois ouvi a voz de Melânie que me chamava:

– Mémin [era um diminutivo de Maximino], Mémin vem logo, vamos ver onde estão as vacas.

“Eu me levantei num pulo, peguei meu bordão e fui atrás de Melânie, que era minha guia. Atravessamos o Sézia e subimos rapidamente a encosta de um montículo. Do outro lado percebemos que nossos animais repousavam tranqüilamente.

Voltamos para o banco de pedra, onde tínhamos deixado nossas merendeiras, quando de repente Melânie parou. O bastão caiu de suas mãos, e espantada, ela voltou-se para mim, dizendo:

– Está vendo lá embaixo essa grande luz?

– Sim, estou vendo. Mas vai, pega o teu bordão.

“Então, brandindo o meu cajado de modo ameaçador, eu disse:

– Se ela nos tocar, eu lhe darei um bom golpe!

“Essa luz, diante da qual a do sol parece pálida, parecia se entreabrir, e percebíamos no seu interior a forma de uma Dama ainda mais brilhante. Ela tinha a atitude de uma pessoa profundamente aflita. Estava sentada sobre uma das pedras do banquinho [N.R.: refere-se ao paraíso], com os cotovelos apoiados nos joelhos e o rosto coberto com as mãos".

Era o dia 19 de setembro de 1846. As crianças não faziam bem idéia da magnitude do que estava ocorrendo.


Fonte: A Aparição de La Salette e suas Profecias: http://aparicaodelasalette.blogspot.com.br/